Acidentes com Enxames de Abelhas Africanizadas: Prevenções e Causas

Acidene com Abelhas Africanas - O que fazer

Enxames de abelhas africanas – Acidentes: prevenções e causas.

O número de acidentes com abelhas tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. Dados apresentados nesse relatório mostram que no ano 2000 foram registrados 1.450 casos em todo o país e, em 2011, esse número passou para 9.447 casos registados, é uma média. pois a maioria de ataques pequenos não entram para estes números, pois não há constatação.

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Embora seja no campo, o desenvolvimento da atividade de produção em que há maiores riscos de acidentes, existe também a possibilidade de acidentes com abelhas nas cidades. Pela enxameação, novos enxames se alojam nas áreas urbanas, principalmente dentro das casas e quintais, beirais de edificações, postes de iluminação pública, ocos de troncos de árvores, fendas em muros e paredes. Essa constatação tem levado a uma preocupação dos órgãos públicos de saúde e de segurança, pois os acidentes com abelhas em áreas urbanas têm aumentado nos últimos anos.

EFEITO ALÉRGICO

O efeito do veneno varia de acordo com a sensibilidade do organismo da pessoa. No momento da ferroada, a reação geralmente é localizada com dor, coceira e aumento de temperatura local. Já um mal estar promovido por náuseas e vômitos podem aparecer logo após a introdução do veneno (ESPÍNDOLA et al., 2002). As vítimas de ferroadas com maior sensibilidade poderão apresentar coceira generalizada e inchaço no corpo, tonturas, desmaio, falta de ar, podendo em alguns casos ocorrer parada respiratória (BREYER, 1980).

EFEITO TÓXICO

A toxicidade do veneno de abelha  é representada pela quantidade de ferroadas que foram executadas. Esse efeito depende da sensibilidade da vítima e poderá ser representada por uma dezena de ferroadas ou em outros casos por centenas. Os efeitos podem ser observados na destruição das hemácias do sangue, hemorragias interna, comprometimento de órgãos vitais como o fígado, os rins, o coração e falência do sistema nervoso central, com a perda de consciência, insuficiência renal e parada respiratória (ESPÍNDOLA et al., 2002).

O Ataque de Abelhas Africanas pode ser Mortal. Muito cuidado com o manuseio da espécie!
O Ataque de Abelhas Africanas pode ser Mortal. Muito cuidado com o manuseio da espécie!

SISTEMAS BIOLÓGICOS DE DEFESA E FATORES QUE PODEM INICIAR UM ATAQUE

O sistema de defesa de uma colmeia representa uma poderosa arma de ataque contra predadores. O comportamento de defesa é um sistema inato da espécie e pode estar relacionado com fatores naturais ou biológicos relativos às próprias abelhas e a fatores externos em que o homem, muitas vezes, interfere diretamente (ESPÍNDOLA et al., 2002). De acordo com Schirmer (1985), diferentes fatores interferem na agressividade das abelhas e podem ser divididos conforme apresentado a seguir.

Fatores biológicos

a) O raio de ação das abelhas na defesa da colmeia é dependente da população de abelhas adultas dessa colmeia, de suas reservas de mel e do seu volume de crias nos favos, lembrando que cores escuras são mais propensas a causarem irritação nas abelhas. Por isso, a cor das roupas de segurança do apicultor é totalmente branca.

b) Boa parte do sistema de comunicação das abelhas é realizada por aromas. As abelhas desenvolveram diferentes glândulas para a emissão de cheiros e também possuem aguçado olfato para identificação. No momento em que uma abelha ferroa um possível agressor, é emitido o feromonio de alarme, que atrai outras abelhas para a continuidade do ataque.Cheiros fortes, tanto naturais (currais, chiqueiros, aviários), quanto não naturais (escapamento de veículos, perfumes etc.) incitam maior agressividade nas abelhas.

c) As abelhas mais velhas da colmeia, em idade de coletoras, são as mais responsáveis pelo início do processo de defesa. Elas, quando estão no ninho, por fatores climáticos (chuva, frio), aumentam o poder de defesa da colmeia, geralmente averiguam com intuito de proteção vibrações no solo ou diretamente na colmeia, promovidas por máquinas, tratores, corte de árvores, etc…

d) A genética da abelha influencia o grau de defensa. Atualmente, em território nacional as abelhas com ferrão criadas em colmeias racionais são abelhas polihíbridas africanizadas, resultantes dos acasalamentos naturais das abelhas africanas (A. mellifera scutellata) com as demais abelhas, as alemãs (A. mellifera mellifera), as italianas (A. mellifera ligustica ) e as carníolas (A. mellifera carnica). (GONÇALVES, 2006).

Acidene com Abelhas Africanas - O que fazer

COMO LIDAR EM CASO DE ACIDENTES COM ABELHAS

De acordo com Agostini (2002) e Espíndola et al. (2002) algumas recomendações devem ser tomadas nos primeiros socorros de vítimas atingidas por ferroadas de abelhas. Entre as principais recomendações constam:

a) Retirada da vítima da área em que o ataque das abelhas esteja acontecendo, levando-a para um local protegido.

b) Remover os ferrões, raspando-os com objeto metálico próximo a pele sem comprimir a bolsa de veneno, evitando dessa forma, a penetração de mais veneno no corpo da vítima.

c) Evitar de aplicar fórmulas caseiras para aliviar o problema.

d) Não cobrir os locais atingidos com faixas ou ataduras, aumentando a temperatura da área e fazendo o veneno circular mais rápido no organismo.

e) Baixar a temperatura dos locais atingidos com água fria e compressas com gelo.

f) Dependendo da gravidade da situação, de acordo com o número de ferroadas e reações alérgicas, levar imediatamente a vítima ao hospital ou posto de saúde mais próximo.

No caso de ocorrência de acidentes com um grande número de ferroadas, de acordo com primeiro Tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Corradini (2013), deverá ser acionado o Sistema de Emergência Médica (Bombeiros, SAMU) que cuidará do tratamento pré-hospitalar com as seguintes medidas:

– Prevenção do choque (Oxigeniopterapia, manutenção da temperatura corporal).

– Monitoramento constantemente da vítima e estar preparado para parada respiratória ou cardíaca.

Os bombeiros não prescrevem qualquer tipo de medicamento (por isso, a necessidade de avaliação médica). Além disso, existe o Centro de Informações Toxilógicas (CIT), cujo atendimento funciona 24 horas no número 0800-643-5252, que pode auxiliar na orientação de quem estiver com a vítima. Geralmente, para pacientes alérgicos um dos medicamentos utilizados são anti-histamínicos. Em entrevista ao SIS, Marlene Zannin (2013), supervisora do Centro de Informações Toxicológicas (CIT) de Santa Catarina, disse que não há nenhum antídoto específico para o veneno de abelha, o tratamento é sintomático, devendo ser adequado para cada caso, pois a intoxicação pode se manifestar de diversas formas, dependendo da quantidade de ferroadas e da sensibilidade de cada indivíduo.

O CIT presta atendimento de emergência em caso de acidentes com animais peçonhentos, incluindo abelhas, além de outras intoxicações (medicamentos, produtos de uso doméstico, agrotóxicos etc.). O atendimento é por telefone ou presencial, no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 

TELEFONES DE CONTATO NO BRASIL

ACESSE: CENTRO DE PREVENÇÕES TOXICOLÓGICAS

Ou Entre em contato com a ANVISA, orgão nacional regulador das CIT:

0800 642 9782

Horário de atendimento

Segunda a sexta, das 7h30 às 19h30 (exceto feriados).

 

 

 

FONTES:

ESPÍNDOLA, E. A.; CASSINI, F. L.; KALVELAGE, H.; DELATORRE, S. F.; FUCHS, S.; VIDI, V.; MIGUEL, W. (Org). Curso profissionalizante de apicultura. Florianópolis: EPAGRI, 2002. 136 p. [EPAGRI. Boletim Didático, 45].

GONÇALVES, L. S. Meio século de apicultura com abelhas africanizadas no Brasil. Mensagem Doce, n. 87. 2006. Disponível em: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/87/msg87.htm>. Acesso em: 03 mar. 2013

ACIDENTES por abelhas. Portal da Saúde SUS. [20-?]. Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em:< http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index. cfm?portal=pagina.visualizarTexto&codConteudo=5848&codModuloArea=783&chamada=acidentes-por-abelhas>. Acesso em: 02 jun. 2013.

BREYER, E. U. Abelhas e Saúde. Porto União: Uniporto Gráfica e Editora Ltda, 1980. 70p.

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