“Estudo APIS” e o Soro Antiapilico – Antídoto para veneno de abelhas

1. Envenenamento pela Peçonha da Abelha:

Ocorre quando um número substancial de picadas acontece (geralmente mais que 200), pois neste caso o volume de veneno é grande o suficiente para causar graves lesões em órgãos vitais. Entre outros componentes, a melitina se destaca como uma fração especialmente mais presente e potencialmente tóxica à órgãos como o rim, coração e fígado, entre outros, determinando grave quadro clínico que pode levar à morte. Não há na medicina nenhuma medida específica que permita desativar o veneno, sendo que o tratamento se limita ao suporte avançado de vida, esperando que o organismo elimine o veneno, o que muitas vezes não basta, e justifica os óbitos registrados.

2. Anafilaxia:

algumas pessoas são alérgicas ao veneno de abelhas, e uma simples picada pode levar a um grave quadro de alergia generalizada (anafilaxia), e mesmo causar óbito. Nesse caso as consequências não tem relação com a toxicidade do veneno, pois a peçonha foi inoculada em pequena quantidade, e o tratamento se limita à medidas para inibir a anafilaxia (drogas antialérgicas).

Sobre a falta de um medicamento específico para esse tratamento, isso mudou recentemente através de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 2013, por um consórcio entre CEVAP-UNESP e o Instituto Vital Brasil. Nessa pesquisa chegou-se a um produto final que vem sendo experimentado em pacientes e tendo ótima aprovação nos resultados. Veja entrevista da GLOBO sobre o Estudo APIS clicando aqui.

Liderado pela Faculdade de Medicina da UNESP, e por sua Unidade de Pesquisa Clínica (UPECLIN), o Estudo APIS (Ensaio clínico fase I/II) foi entregue para análise dos órgãos competendes reguladores desse tipo de tratamento no Brasil (CEP-CONEP e a ANVISA). As fases dessa pesquisa ão respectivamente:

  • FASE I. Protocolo de Manejo Básico: momento inicial no qual medidas de suporte avançado à vida recentemente revisadas devem ser seguidas à risca;
  • FASE II. Aplicação do Soro Antiapílico: à depender do número de picadas, diferentes volumes do antídoto em estudo serão administrados.

Como um soro contra o veneno de abelhas nunca foi testado em seres humanos, é fundamental que essa análise seja feita. O objetivo secundário é verificar a eficácia, ou seja, se ele protege e evita mortes em pacientes com múltiplas picadas de abelhas. Existe uma série de condições para que o paciente seja candidato a receber o produto. São Elas:

  1.  Diagnóstico de acidente com abelhas africanizadas Apis mellifera
  2.  Esta abelha, ao picar, deixa o ferrão no local
  3.  Ser acometido por cinco ou mais picadas
  4.  Idade acima de 18 anos , de ambos os sexos
  5.  Não estar gestante
  6.  Concordância do voluntário ou familiar

Como é feito o soro antiapílico?

Primeiramente é retirado o veneno das abelhas (apitoxina) através de um coletor especifíco (saiba mais clicando aqui). Depois, assim como no caso das cobras, no processo de produção do Soro antiapílico o veneno em questão é introduzido no organismo de um cavalo, que reage desenvolvendo anticorpos. E são esses anticorpos que, após serem retirados do cavalo, formam o soro.

Pesquisa inédita, 100% brasileira.

O desenvolvimento do soro antiapílico é inédito no mundo. “É a primeira vez na história da medicina que se produz soro contra o veneno de abelha. Este é um problema nosso. A abelha africanizada é um tipo das Américas”, informou o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, pesquisador clínico do estudo.

A abelha africana foi introduzida de forma acidental no Brasil (Veja a História completa) na década de 1950. Ela cruzou com espécies da Europa que já estavam no país e esse cruzamento resultou uma abelha muito agressiva. “Essa agressividade leva ao aumento da periculosidade e do número de acidentes”, afirmou o pesquisador.

A primeira fase de testes termina no próximo ano. “Hoje incluímos nosso décimo paciente. Estamos na metade do estudo. O prazo é final de 2018. Acreditamos que vamos conseguir terminar o estudo para mostrar que o soro é seguro”, disse o médico.

O soro está disponível, por enquanto, em hospitais de três cidades do Brasil: Botucatu (SP), Tubarão (SC) e Uberaba (MG). A fase é de testes e o produto só é aplicado em pessoas que aceitam participar da pesquisa.

Encaminhamento de voluntários e informações no telefone (24 horas):
(14) 99667-1717

POST ORIGINAL EM: CEVAP.COM.BR

Veja mais no post: Perigos relacionados ao ataque de abelhas africanizadas

 

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