Algumas pesquisas mostram que as abelhas sócias já faziam e estocavam mel há quase 20 milhões de anos, e isso é bem mais do que os seres humanos estão aqui na terra. Isso sim é Apicultura!

O homem no passado apenas extraia o mel das colmeias das abelhas, e tendo que procurar e localizar enxames, que ficavam muitas vezes em locais de difícil acesso, apresentando um grande risco para as pessoas que tinham que ir recolhê-lo. Ainda não sabiam como separar os outros produtos da colmeia do mel, assim ingerindo uma mistura de algumas abelhas, mel, pólen, crias e cera. Era bem comum os enxames morrerem ou fugirem, o que obrigava os homens a procurar e extrair o alimento de outros ninhos.

 

O papel sagrado das abelhas

As abelhas tinham um papel sagrado para várias civilizações. Com isso, várias lendas e cultos surgiram a partir desses insetos. E assim, mais tarde passaram a assumir até uma grande importância econômica, sendo consideradas um símbolo de poder.

Nessa época, muitos produtores já não suportavam ter que matar suas abelhas para coletar o mel e vários estudos começaram a ir para esse sentido. O uso de recipientes horizontais e com comprimento maior que o braço do produtor foi uma das primeiras tentativas. Nessas colmeias, para colheita do mel, o apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, inclusive a rainha, e depois retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as abelhas.

Alguns anos depois, surgiu a ideia de se trabalhar com recipientes sobrepostos, em que o apicultor teria que remover a parte superior, deixando uma reserva para as abelhas na caixa inferior. Embora resolvesse a questão da colheita do mel, o produtor não tinha acesso à área de cria sem destruí-la, o que impossibilitava um manejo mais racional dos enxames. Para resolver essa questão, os produtores começaram a colocar barras horizontais no topo dos recipientes, separadas por uma distância igual à distância dos favos construídos. Assim, as abelhas construíam os favos nessas barras, facilitando a inspeção, entretanto, as laterais dos favos ainda ficavam presas às paredes da colmeia.

Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medida entre esses dois espaços Lorenzo Langstroth chamou de “espaço abelha”, que é o menor espaço livre existente no interior da colmeia por onde podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Consiste em permitir que a abelha trabalhe dos dois lados do favo. Tal caixa ainda é utilizada nos dias de hoje.

Essa descoberta simples foi uma das chaves para o desenvolvimento da apicultura racional. Inspirado no modelo de colmeia usado por Francis Huber, que prendia cada favo em quadros presos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro, Langstroth resolveu estender as barras superiores já usadas e fechar o quadro nas laterais e abaixo, mantendo sempre o espaço abelha entre cada peça da caixa, criando, assim, os quadros móveis que poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e movidos lateralmente dentro da caixa. A colmeia de quadros móveis permitiu a criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como conhecemos hoje.

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